INFORMAÇÕES DO LIVRO |
Quero compor um soneto claro
que o mais simples dos mortais possa entender.
Que seja lido mesmo com o sarro
de fulano que desperta para ler.
Quero que o soneto seja o escarro
do lance dessa história de escrever.
E que os versos não brotem literários
o bastante, para fulano crer.
Quero que o soneto no futuro
não desperte em ninguém nenhum saber.
Enquanto lemos este verso escuro
abro um libreto para o meu prazer
e vejo escrito ali em frente no muro
que a poesia não é pra se entender.
Do livro Vinhedo das vontades (IEL, 1997)