no papel
seria melhor se fossem de pano
porque poderiam tomar chuva
ou de madeira
porque sustentariam uma casa
mas em geral são feitos de palavras
no papel
e por isso servem para poucas coisas
entre as quais não se encontra
tomar chuva
ou sustentar uma casa.
Dobrados sobre si mesmos,
lançam-se no mundo
com a coragem suicida
dos barcos de papel.
Poema do livro A vida submarina, menção honrosa na primeira edição do Prêmio Moacyr Scliar de Literatura - Poesia/2011 (Scriptum, 144p.).
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