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do fundo brumoso do tempo.
Deixa que subam.
É preciso viajar mas outra viagem.
Não te pesem remorsos que não existem.
As velas se diluíram
na voragem do sonho
já falaram do mar, do outro
que te engole vomitando.
Palhaço, nunca vestiste
as cores que o prazer te deu.
As sombras subindo, descendo,
vagosombrearam tua ânsia de arte,
de morte.
Escriba das sensações caídas,
que queres?
- Espaço.
Terás sempre, como tiveste sempre.
Que mais queres?
- A ânsia.
Não te pertence: caíste como todo
na voragem.
É preciso viajar,
mas outra viagem.
Do livro A hora evarista (IEL / Movimento, 1974)