Marcelo Azevedo, João Carneiro, Ricardo Silvestrin, Luiz Antonio de Assis Brasil, Sofia Cavedon, Marô Barbieri, Carlos Urbim, Jéferson Assumção e Walter Galvani. |
Cerca de 50 mil estudantes do ensino fundamental e médio das escolas públicas, estaduais e municipais do Rio Grande do Sul deverão ser beneficiados pelo projeto. Estão previstos para este ano 140 encontros. Outro destaque é a melhor remuneração aos escritores participantes, que passa a ser de R$ 500,00. Até o momento, 60 escritores que já demonstraram interesse em participar da iniciativa.
Serão 20 encontros por mês, a partir de abril, praticamente um deles ao dia, durante os sete meses de 2011. Ao revelar esses dados, o diretor do IEL, Ricardo Silvestrin, destacou a formação de leitores como uma motivação para que este projeto seja retomado, tendo consciência de que os escritores vão atrair os alunos pelo que eles podem trazer de conteúdo para suas vidas. Anunciou que as informações sobre o projeto serão inseridas no portal eletrônico do IEL para que todos saibam de seu desdobramento.
O secretário de Estado da Cultura, Luiz Antonio de Assis Brasil, por sua vez, salientou que a cerimônia teve um sentido simbólico de retomada de um projeto que deixou generosas lembranças a quem dele participou. Citou o governador Tarso Genro como a figura de um intelectual, cujo primeiro livro, de poesias, foi lançado em 1977. Desejou que o projeto Autor Presente volte a ser o que era.
Em sua passagem pelo Ministério da Cultura, como coordenador da Leitura e do Livro, o diretor geral da Secretaria da Cultura, Jéferson Assumção, tomou consciência de como é importante um projeto como o Autor Presente. Para o secretário adjunto, um dos aspectos a serem nele destacados é a conexão que faz com a Secretaria da Educação, estimulando a formação de leitores e mexendo com toda a cadeia produtiva do livro. Tudo isso por um preço de um real por aluno, como custo, o que o torna simbólico.
Na opinião do diretor de Cidadania Cultural da Secretaria da Cultura, Marcelo Azevedo, a política cultural do órgão contempla um direito social básico do cidadão: ter acesso aos bens culturais. O projeto Autor Presente propicia essa aproximação com a população.
A adoção de políticas públicas, que dá aos jovens acesso ao escritor, foi citada pela presidente da Câmara dos Vereadores de Porto Alegre, Sofia Cavedon, para sublinhar a importância do evento. Para ela, a chegada da oferta do livro e da literatura à escola dissolve a distância entre os intelectuais e as instituições de ensino. A presença do escritor valoriza a figura do professor, que também é um intelectual. A vereadora sugeriu que a Secretaria da Cultura dê atenção aos grupos de contadores de histórias existentes nas escolas, por ser essa uma experiência que está dando muito certo junto aos estudantes.
Centenas deles à espera da chegada do escritor em pequenas cidades foram avistadas pela presidente da Associação Gaúcha de Escritores, Marô Barbieri, ao participar, há alguns anos, dessa experiência.
O futuro presidente da Associação Lígia Averbuck, jornalista Carlos Urbim, convidado para o cargo por Silvestrin, contou que, no telefonema que dele recebeu para esse fim, o diretor do IEL, poeta, brincou com as palavras. Disse que, a partir de agora, com a ajuda da Associação, o Instituto deveria ser “a ver book”, numa referência à palavra inglesa que designa livro e ao sobrenome da criadora do projeto.
Uma mudança que deverá fortalecer o projeto, inspirador de um outro, executado pela Câmara Riograndense do Livro: Adote um Escritor, conforme ressaltou seu presidente, João Carneiro.
O segundo momento do projeto será em março, com uma atividade para os professores, apresentando e detalhando a lista dos autores, além de palestras sobre leitura e formação de leitores.
O projeto
Em parceria com a Secretaria da Educação, o projeto leva os autores gaúchos às escolas públicas do estado para o contato direto com estudantes. As obras são lidas previamente pelos alunos e trabalhadas pelos professores. Os autores, convidados pelo IEL, integram uma lista que é consultada pelas escolas, havendo então a escolha. O IEL paga o cachês dos autores; as escolas, o deslocamento.
Antes do encontro, os professores estimulam os estudantes a que leiam uma obra do autor para que tenham condições perguntar sobre suas ideias e o conteúdo de sua obra. Os objetivos do projeto visam à formação de novos leitores e à difusão da literatura do Rio Grande do Sul. Essas visitam buscam também apresentar a importância da leitura para a cultura e a educação. Mostrar o valor do hábito da leitura e do conhecimento, e desenvolver o raciocínio lógico de cada cidadão.