Páginas de velhos livros
não escondem
a fisionomia vegetal
a aparente sedução
de ser flora outra vez
No aroma ressequido
aspiram à natural condição
libertando-se do peso
da tinta e dos tipos impressos
O silêncio amarelecido
é a medida do tempo
dos longos anos de mergulho
no bosque meditativo
das estantes
A consciência dos homens habita
sua natureza interrompida
Do livro O fazedor de auroras (IEL/Igel, 1990)