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Não importa o que será.
Fixa a imagem do teu instante
na superfície ou no coração da vida
e esquece o tempo.
Embora ao nascer contenha todo o teu universo,
a tua verdade desta hora
não corresponde à tua verdade da hora
vindoura.
Ele fez uma pausa
e continuou:
Vive a tua hora
como se gravasses o teu nome
na epiderme de um tronco novo.
Mas não voltes mais tarde para junto dessa
árvore,
porque podes não reconhecer o teu nome
nas cicatrizes das velhas letras.
Ele calou, com o ar sublime dos que ainda
definem e aconselham
e eu não falei,
por achar inútil revelar-lhe
que a culpa é apenas da árvore.
Do livro Felippe D'Oliveira: Obra completa ( IEL / UFSM, 1990).
Poema publicado originalmente em Lanterna Verde (1926).
Poema publicado originalmente em Lanterna Verde (1926).