7.11.18

Prêmio Minuano de Literatura




Em uma cerimônia na Sala de Música do Multipalco Theatro São Pedro, com a presença da patrona da Feira do Livro de Porto Alegre 2018, Maria Carpi, o Instituto Estadual do Livro (IEL), em parceria com o Instituto de Letras da UFRGS, divulgou na noite da terça-feira, 6 de novembro, os nove vencedores do Prêmio Minuano de Literatura, destinado a escritores nascidos ou residentes no Rio Grande do Sul, assim como editoras sediadas no Estado. Estavam presentes também o presidente da Câmara Rio-Grandense do Livro, Isatir Bottin Filho; o diretor do Instituto de Letras da UFRGS, Sérgio Menuzzi; a professora da Faculdade de Letras da Ufrgs, Márcia Ivana; a diretora do IEL, Patrícia Langlois; a presidente da Associação Lígia Averbuck, Marô Barbieri; o titular da Secretaria da Cultura, Turismo, Esporte e Lazer do RS (Sedactel), Victor Hugo e o secretário adjunto da pasta, André Kryszczun, entre muitos outros, no evento que contou com show do instrumentista, compositor e cantor João Maldonado.


Na abertura foi lido um poema de Augusto dos Anjos, contextualizando a fala da diretora, Patrícia, de que “É preciso sonhar! E o IEL sonha. Sonha porque está vivo. Realiza porque sonha". Marô entregou a Maria Carpi uma ‘caixinha para guardar sonhos’ e Menuzzi manifestou a vontade de seguir com esta iniciativa inédita. O secretário estadual da Sedatel, Victor Hugo, parabenizou os vencedores, que se destacaram entre os 190 inscritos; elogiou a equipe que realizou o Prêmio Minuano e mencionou o cantor Kledir Ramil, que um dia lhe disse que na Fórmula 1 não existe piloto vencedor, e sim um conjunto vitorioso. A pedido de Maria Carpi, cantou “Desgarrados” de Sérgio Napp e Mário Barbará.

O ganhador da categoria Conto foi Gustavo Melo Czekster, com “Não Há Amanhã” (Zouk); Poesia ficou com Juliana Meira, por “Na Língua da Manhã Silêncio e Sal” (Belas Letras); Crônica, com “Demônios Domésticos” de Tiago Germano (Le Chien); Ilustração, com “O Mundo de Nini: a Menina das Flores” de Vera Damian e ilustrações de Ernani Carraro (Voxmídia); Juvenil, com A.Z. Cordenonsi, com “Sherlock e os Aventureiros: o Mistério dos Planos Roubados” (Avec Editora); Infantil, com Maíra Suertegaray por “Anahí: a Flor que Queria Ser Menina” (Compasso Lugar Cultura); Romance/Novela, com Leonardo Brasiliense, por “Roupas Sujas” (Companhia das Letras); História em Quadrinhos com José Aguiar por “A Infância do Brasil” (Avec Editora) e Especial, com Rafael Guimaraens, por “20 Relatos Insólitos de Porto Alegre” (Libretos).

O paraibano Tiago Germano, radicado no RS, ficou feliz por ouvir um conterrâneo seu (Augusto dos Anjos), desejou vida longa ao prêmio e aproveitou para falar de luta e resistência. Para publicar “Demônios Domésticos”, ele contou com financiamento coletivo, com a colaboração de quase 200 pessoas. Cordenonsi citou a necessidade de criar leitores críticos e a literatura juvenil como porta de entrada de tudo. “Na minha época não tinha tantos meios e hoje eles estão à disposição, e não são bem usados”, afirmou, sobre a grande quantidade de informações não confiáveis ou manipuladas, na atualidade. Maíra, que narrou a saga de uma heroína indígena, que luta pela liberdade de seu povo até o fim da vida, comentou: “precisamos contar as histórias dessa mulheres guerreiras”. Autor do registro sobre fatos históricos que compõem o imaginário da capital gaúcha, Rafael Guimaraens encerrou a noite: “Estamos comemorando um prêmio, mas logo à frente somos alvo de uma enorme estupidez. Precisamos estar juntos e resistir”.

Foto: Roberta Amaral
Texto: Vera Pinto