Passo a mão na testa — queimo-a
na combustão dos sonhos que tive
e nunca realizarei.
Cada um há de ter tido alguma vez a testa em febre
numa tarde assim interiormente
que o levasse a erguer a mão ao remorso do que não foi.
Por isso tenho certeza que este poema será compreendido.
Do livro Paulo Hecekr Filho: poesia reunida (IEL/Corag, 2014)