27.4.16

O entardecer - Paulo Hecker Filho

Passo a mão na testa — queimo-a 
na combustão dos sonhos que tive 
e nunca realizarei. 
Cada um há de ter tido alguma vez a testa em febre 
numa tarde assim interiormente 
que o levasse a erguer a mão ao remorso do que não foi. 


Por isso tenho certeza que este poema será compreendido.

Do livro Paulo Hecekr Filho: poesia reunida (IEL/Corag, 2014)