17.7.15

Silêncio
José Eduardo Degrazia



Não penses que este silêncio
é simples ausência de vozes,

há espanto de flor nascendo,
abismo de pássaro noturno

riscando o espelho furtivo da memória.
(O silêncio é semente de algo mais antigo).

No silêncio tua vivência adelgaça
uma realidade de fruto.

Não penses que este silêncio
é simples ausência de vozes.

       Do livro Cidade submersa (IEL/Movimento, 1979)