Canção do nada num poema mudo,
Versão vazia da canção calada
Tocando tudo que tirei do nada,
Canção em nada que escondi de tudo.
Poema em pó e eu de voz parada,
E nada de canção em conteúdo,
Eu dentro dela a me fazer, contudo,
O nada simples de fazer o nada.
Canção deserta e o longe tão presente
Dizendo nada, tudo reticente,
Canção do ermo num cantar a esmo.
Canção sozinha, o só e eu somente,
Poema com ninguém, canção sem gente,
Canção de mim a me escutar eu mesmo.
Versão vazia da canção calada
Tocando tudo que tirei do nada,
Canção em nada que escondi de tudo.
Poema em pó e eu de voz parada,
E nada de canção em conteúdo,
Eu dentro dela a me fazer, contudo,
O nada simples de fazer o nada.
Canção deserta e o longe tão presente
Dizendo nada, tudo reticente,
Canção do ermo num cantar a esmo.
Canção sozinha, o só e eu somente,
Poema com ninguém, canção sem gente,
Canção de mim a me escutar eu mesmo.
Do livro LUA Ó (IEL / Movimento, 1983)