Comecei e não posso deter este pranto alucinado.
Esmago nos braços o corpo obscuro duma tristeza infinita,
E não posso deter, não posso deter este pranto alucinado.
O coração é rosa negra vigiada por pássaros de pedra.
Ardem os dedos inacabavelmente distendidos,
As mãos presas por pregos de dilacerante absurdo.
Comecei e não posso deter este pranto.
Não posso afogar esta tristeza infinita.
Poema do livro Paulo Hecker Filho: poesia reunida