24.5.13

Mineiro noturno
José Eduardo Degrazia


Sei o ventre noturno das minas,
INFORMAÇÕES DO LIVRO

o homem a cavar o teu sono,
sei o profundo minério
a percorrer as veias;
sei o verme a corroer a carne,
o cerne da madeira,
a resina a perfumar o ar
da árvore caída na noite;
sei o açoite a vergastar
a manhã de súbitos acenos,
a mão amputada no ato
de colher-te, liberdade!



    
Do livro A porta do sol, publicado em Três livros de poesia (IEL, 2002)