Não existem chegadas
e partidas definitivas
rijos itinerários nascidos
na rota turbulenta dos abismos
O que há é esta necessidade
de navegar
que começa não sei em que rio ou fundão
e depois se expande
Um dia toda busca
cristaliza
e se pode, enfim,
recolher as velas
no porto de outro mundo
Do livro O fazedor de auroras (IEL/Igel, 1990)