26.4.12

Guardados
Armando Freitas Filho

Certas gavetas não perdoam.
Se emperram, gemendo.
Ou quando, sob chave, a perdem
ou têm seus dentes quebrados
dentro da fechadura. Abertas
à força, o peso dos segredos
das lembranças de lágrimas
das ilusões desbotadas
justifica o gemido da madeira
e a dor da ferrugem que agarra.







Poema do livro Lar, menção honrosa na primeira edição do Prêmio Moacyr Scliar de Literatura - Poesia/2011 (Cia. das Letras, 133p.).


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